terça-feira, março 24, 2015

De despedidas...





(A)Deus (gigante) Herberto Helder...



"O Ofuscante Poder da Escrita"

O sentido da literatura, no meio dos muitos que tenha ou não tenha, é que ela mantém, purificadas das ameaças da confusão, as linhas de força que configuram a equação da consciência e do acto, com suas tensões e fracturas, suas ambivalências e ambiguidades, suas rudes trajectórias de choque e fuga. O autor é o criador de um símbolo heróico: a sua própria vida. 

Mas, quando cria esse símbolo, está a elaborar um sistema sensível e sensibilizador, convicto e convincente, de sinais e apelos destinados a colocar o símbolo à altura de uma presença ainda mais viva que aquela matéria desordenada onde teve origem. O valor da escrita reside no facto de, em si mesma, tecer-se ela como símbolo, urdir ela própria a sua dignidade de símbolo. A escrita representa-se a si, e a sua razão está em que dá razão às inspirações reais que evoca. 

E produz uma tensão muito mais fundamental do que a realidade. É nessa tensão real criada em escrita que a realidade se faz. O ofuscante poder da escrita é que ela possui uma capacidade de persuasão e violentação de que a coisa real se encontra subtraída. 
O talento de saber tornar verdadeira a verdade."


Herberto Helder, in 'Photomaton & Vox' 

terça-feira, março 17, 2015

Leituras do momento...





Sinopse

“Kalum ru Kurea ru Kinaar, um velho corvo de trinta e oito anos, é o narrador desta história e é pelo seu bico que nos é dado a conhecer um episódio que abalou a Família e que, por pouco, não causou a sua destruição. A Família inicia a sua viagem anual migratória em direcção à Árvore da Reunião, local onde há muito os vários clãs se encontram para discutir problemas que estejam a afectar a comunidade, para contar histórias aos mais novos ou mesmo para acasalar. Kalum faz-nos entrar num mundo fantástico que tem como personagens principais Kyp, Kym e Kuper, representantes de uma geração mais nova, mais inconsciente mas, ao mesmo tempo, mais corajosa. Kyp é o corvo destemido, o mais hábil a voar, mas também o mais irreverente. Kym é a figura feminina da história, um corvo mais sensato e curioso que faz a ligação com o ser humano. Já Kuper representa o lado mais solitário do corvo: quando toda a sua família foi morta pelos humanos, viu-se obrigado a aprender tudo sozinho, o que o tornou uma figura mais distante, mas muito importante para o desenrolar da aventura. A Reunião Anual é abalada quando um gato ataca uma cria e Kyp, sem consultar a Família, organiza uma Revolta para se vingar do felino. Como consequência deste episódio, Kyp é julgado e temporariamente afastado do grupo. Durante a sua ausência, Kuper e Kym acabam por ter contacto com ele e é por esta altura que começa a surgir entre eles uma espécie de triângulo amoroso.
Como se não bastasse os clãs terem-se dividido em consequência do ataque ao gato, uma outra desgraça vem abater-se sobre a Família: um nevão que obriga a comunidade a abandonar a Árvore protectora e aventurar-se pelo mundo subterrâneo, um mundo proibido, onde vivem… gatos.
Repleto de humor, sentimento e de acção, este livro não pára de nos surpreender, até porque tem um ritmo extraordinário, que nos faz querer ler sempre mais.”


(in wook.pt)


quinta-feira, março 12, 2015

De (teatrais) espetáculos...





Esta noite, no TMB - Teatro Municipal de Bragança.
Até lá...


SINOPSE

"Espectáculo com criação e produção de Teatro Bruto, encenação e adaptação de Ana Luena, a partir de texto de Valter Hugo Mãe, interpretação de Margarida Gonçalves, música original de Peixe, desenho de luz de Rui Monteiro.

Esta é a história de uma mulher anã que vive à sombra da piedade dos habitantes de um pequeno povo do interior. A anã, que apenas mede uns oitenta centímetros, desengonçada e atrapalhada no andar, sempre a gemer de dores, é para as outras mulheres como um ser rasteiro, como uma criança que nunca cresce. "Sem que fosse gente, dizia-se". A sua existência limita-se, aos olhos dos outros, à sua deformidade, à sua monstruosidade, à intransponibilidade daquele corpo. Vive das sobras das pessoas grandes, do amor possível - o amor dos infelizes."

segunda-feira, março 09, 2015

Posto de escuta...





Com chegada ao (físico) mundo marcada para 10 do corrente, Policy é o primeiro disco a solo de Will Butler (Arcade Fire) ...

Em atentas (repetidas) audições...

Fica o primeiro avanço Anna... 


quarta-feira, março 04, 2015

De (multiartísticas) celebrações



Go Inside Bjork's Sumptuous, Career-Spanning MOMA Retrospective



Björk's Museum of Modern Art exhibition is set to open on March 8th, but before the curtain rolls back on this can't-miss multimedia event, Rolling Stone has your first look at the singer's career-spanning MOMA retrospective. The exhibit will feature "sounds, videos, objects, instruments, costumes, and images" from her 1993 Debut up through her heartbreaking 2015 release VulnicuraRolling Stone spoke to the MOMA's Chief Curator at Large Klaus Biesenbach about the upcoming exhibit.” (in rollingstone.com)