quarta-feira, julho 22, 2015

Leituras do momento...






"Esta é uma obra singular e única no panorama da ficção do século XX. 
Mais do que um romance, O Homem sem Qualidades é o maior projecto romanesco, deliberada e quase necessariamente inconcluso e inconclusivo, da literatura do século passado. Um rio sem limites nem margens, que não desagua em nenhum mar conhecido, objecto inclassificável, para lá do "literário" e da ficção.
No momento da morte inesperada de Musil em 15 de Abril de 1942, no exílio de Genebra, O Homem sem Qualidades é verdadeiramente o "livro por vir", aquele cuja essência - no seu protagonista acentrado, no processo da sua génese, no cerne do seu pensamento - é a de um laboratório de possibilidades que o transformarão na obra aberta por excelência e na "tarefa criadora [mais] desmedida" da história da literatura moderna. O Homem sem Qualidades será, durante mais de duas décadas, a obra em processo de criação e transformação que se autonomiza e se impõe de forma obsessiva e implacável ao próprio criador, aprendiz de feiticeiro que a controla cada vez menos à medida que ela se vai transformando numa rede rizomática de possibilidades de crescimento e de perspectivas de finalização sempre adiada, que parece querer reflectir o próprio feixe aleatório de possibilidades que é aquilo a que chamamos "realidade". Se a ironia é neste livro, como diz Blanchot, "um dom poético e um princípio de método" que modula, não apenas a palavra mas também a própria composição romanesca, na oposição contrapontística permanente e irresolvida entre "a exactidão e a alma", a reflexão e os sentimentos, o indivíduo em busca de si e o mundo dos factos (nas vésperas da Primeira Grande Guerra), essa mesma ironia haveria de determinar todo o acidentado e contraditório processo de génese e de publicação deste objecto literário esquivo que, ao contrario do que frequentemente se tem dito, será mais um não-romance do que um anti-romance."

(in wook.pt) 

segunda-feira, julho 20, 2015







"Entre a idealização do nosso futuro e o que realmente se vai moldando nas nossas vidas existe um elo, uma espécie de pêndulo que balança entre o idealizado e o vivido e que estabelece em nós um espécie de síntese." 

(André Gago In 'Rio Homem')


quinta-feira, julho 16, 2015

De (atípicos) musicais espetáculos...





Esta noite, no Teatro Municipal de Bragança (Praça Norte), às 22h00...

“Violines, serruchos y otras hierbas”
O atípico violinista burguês apresenta neste concerto uma viagem através de alguns sons de incomuns instrumentos da sua coleção.

Música de baile e popular é o denominador comum desta proposta musical onde podemos apreciar o som incrível destes instrumentos mágicos que têm acompanhado a história da música e eles são tão desconhecido para a maioria do público em geral.
Além disso, novos sons e tecnologia aplicada à música também fazem parte dos ingredientes deste espectáculo.
Um concerto para toda a família e uma viagem através do tempo e da história, onde a música, o ritmo e os sons mágicos destes instrumentos incomuns nos fazem sorrir, voar com a imaginação e até mesmo dançar."



domingo, julho 12, 2015





"Todo o homem é um romance, todas as vidas são uma fragilíssima ficção que a maior parte de nós pratica sem saber a perenidade da solidão que a todos, por igual, veste, Seria insuportável viver assim, na descomunal solidão que compartimos, se não houvesse duas coisas, quais miraculosas tábuas ao alcance de qualquer homem ou mulher: a ficção de si e a ficção do amor." 

(André Gago in 'Rio Homem')